Há duas semanas iniciou-se nos
meios de comunicação uma discussão sobre as biografias. A reação foi inflada
pelo grupo “Procure Saber”. Grupo de discussão sobre direitos autorais que
reúne nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan.
Como historiador a minha posição é de que os pesquisadores
possam escrever e publicar seus trabalhos, autorizados ou não. Mas esse não é mais um texto para discutir os prós e contras da questão. O que mais me
chamou atenção nessa discussão foi o modo como o tema ganhou destaque em toda a
imprensa.
A revista Veja, representando o espectro conservador, publicou uma bela capa. As empresas das Organizações Globo também se engajaram no tema. Na revista Carta Capital também não faltam artigos discutindo o tema. O resumo da ópera é o seguinte: dos grupos midiáticos mais reacionários aos mais progressistas há uma convergência de opiniões. E por que isso ocorreu?
O tema das biografias é de pleno
interesse dos jornalistas. São eles que mais escrevem e publicam no gênero.
Como exemplo, podemos citar a lista dos finalistas do Prêmio Jabuti 2013, na categoria biografias, dos
dez candidatos, cinco são jornalistas. Além de um filão mercadológico, que pode não deixar ninguém rico, mas tampouco é rejeitado por aqueles que vivem de escrever, há a velha questão da liberdade de
expressão, que é sempre lembrada pelos grandes meios de comunicação, mas na
prática configura-se apenas como liberdade de imprensa.
Todas essas discussões das
últimas semanas são um belo exemplo de como um tema pode se transformar em
pauta nacional desde que seja de interesse dos jornalistas. No jornal o Globo, criou-se uma seção especial, a Batalha das Biografias. Enquanto isso,
temas como a educação, passam ao largo das preocupações editoriais, basta acessar os jornais e revistas que dedicam espaço ao tema, notem como os temas são atualizados com vagar. Infelizmente, a educação não é notícia!
Para encerrar, gostaria apenas de lembrar que Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, possui apenas uma biografia, e por sinal autorizadíssima, escrita pelo jornalista Pedro Bial. Como diz a sabedoria popular, "em casa de ferreiro, espeto é de pau".

Qual a sua opinião sobre as biografias?!?!?!? =)
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